DCNT em Teresina,
PI

Nos últimos anos
ocorreu, nas cidades brasileiras, um aumento no número de óbitos causados pelas
doenças crônicas não-transmissíveis, dentre elas, a hipertensão arterial (HA) e
o diabetes melitus (DM). Estima-se que 20% da população brasileira sofram de HA
e 12% de DM. Segundo o Datasus em Teresina existem cerca de 110 mil
hipertensos, 51 mil diabéticos e 25 mil pessoas acometidas pelas duas
morbidades. As principais causas para este aumento são o envelhecimento
populacional e a persistência de péssimos hábitos de vida como: o tabagismo, o
sedentarismo, a alimentação inadequada, a obesidade, a dislipidemia e o consumo
de álcool.

O Hiperdia
destina-se ao cadastramento e acompanhamento de portadores de hipertensão
arterial e/ou diabetes mellitus atendidos na rede ambulatorial do Sistema Único
de Saúde – SUS, permitindo gerar informação para aquisição, dispensação e
distribuição de medicamentos de forma regular e sistemática a todos os
pacientes cadastrados. O sistema envia dados para o Cartão Nacional de
Saúde, funcionalidade que garante a identificação única do usuário do Sistema
Único de Saúde – SUS. Este programa promoveu a reorientação da Assistência
Farmacêutica proporcionando o fornecimento contínuo e gratuito de medicamento,
além do monitoramento das condições clínicas de cada usuário. Hoje o hiperdia
foi substituído pelo e-SUS Atenção Básica (e-SUS AB) na busca de um SUS
eletrônico.
Entretanto, a
simples criação de políticas e/ou programas para a prevenção das doenças
cardiovasculares pode não ser garantia de resolutividade do problema. Para
isso, faz-se necessário a adesão do usuário ao esquema terapêutico proposto.
Tal adesão depende de três fatores: do mesmo estar ciente de sua condição de
saúde e comprometido com o tratamento, dos profissionais de saúde através dos
esclarecimentos e incentivos e do apoio familiar.

Na cidade de Teresina foi encontrado em uma pesquisa
feita na rede de atenção básica em 2010: 15,15% de pessoas que ingerem bebidas
alcoólicas e 12% de fumantes e 77,50% de sedentários. O perfil socioeconômico
encontrado no estudo foi semelhante aos dados oficiais informados pelo Datasus,
o qual apresenta o maior acesso das mulheres e idosos aos serviços públicos de
saúde, 65,82% e 44,04%, respectivamente. Como também pelos dados do PNAD onde a
média de estudos da população nordestina é de 6 anos e a taxa de analfabetismo
de 17%. Deste modo, o perfil dos usuários do SUS descreveram os serviços de
saúde como precários, dirigidos a população de baixa renda e excluídos socialmente.
Quanto às
características sobre a doença, 71,5% pessoas são hipertensas, 10% diabéticas e
18,5% possuíam as duas morbidades. A grande parcela dos entrevistados 56%
alegou algumas queixas relacionadas à doença, dentre elas as mais relatadas
foram cefaleia e vertigem. Em relação ao conhecimento dos usuários sobre o
tratamento medicamentoso, 55,75% desconheciam o nome do medicamento usado, 72,75%
a dose administrada, 6,5% o intervalo e 73,25% não sabiam até quando iriam
tomá-los. A maioria desconhece a maneira correta de usar os medicamentos. Este
desconhecimento dos efeitos adversos dos medicamentos se reflete em problemas
no tratamento das doenças que vão desde falhas terapêuticas até ao abandono do
uso dos medicamentos, devido às dificuldades encontradas e pela
assintomatologia e cronicidade das doenças. Os efeitos colaterais dos
medicamentos reduzem em sete vezes as chances dos usuários aderirem ao
tratamento.

REFERENCIAS:
As considerações feitas anteriormente foram muito interessantes, principalmente porque trataram de um aspecto vivenciado pela população de nossa cidade. Os dados destacados, como a quantidade de usuários de tabaco e álcool são alarmantes, já que esses tem um papel principal no desenvolvimento de algumas doenças crônicas não transmissíveis. O tratamento das pessoas que já adquiriram essas doenças é na maioria das vezes muito complicado, intenso e causa bastante incomodo corporal e psicológico ao paciente. Como é o caso dos pacientes com câncer, que recebem um tratamento que pode ser feito através de cirurgias, radioterapia, quimioterapia ou transplante de medula óssea. Em muitos casos é necessário combinar mais de uma dessas modalidades. Isso só completa e reafirma a proposta lançada no post, de complementar o tratamento desses pacientes com o auxilio de outros profissionais, como um nutricionista e educador físico. Contudo, na minha opinião o acompanhamento de um psicólogo, seria também, uma das principais formas de acelerar o processo de recuperação dessas pessoas.
ResponderExcluirÉ importante entender a realidade de nossa cidade, principalmente pelo fato de que vamos lidar diariamente com ela no cotidiano médico. Na questão das doenças crônicas, é essencial que a própria estrutura de Teresina melhore para ofertar melhores condições de vida para os seus habitantes, diminuindo a incidência dessas doenças. Um exemplo é o bairro Poty Velho, que conta com uma rede de Atenção Básica bem estruturada, que permite um controle relativamente adequado da saúde de seus moradores. Contudo, faltam opções de lazer e prática de esportes, restando apenas os bares como forma de diversão, agravando duplamente a situação das doenças crônicas, com o sedentarismo e o consumo do álcool. Desse modo, como foi exposto na conclusão do texto, falta uma maior promoção da saúde, que pode ser melhorada com a ampliação das áreas de lazer, com campanhas mais constantes de educação alimentar, dentre outros.
ResponderExcluirDe fato, a má alimentação devido à dispersão pelo globo de alimentos industrializados nada saudáveis e o sedentarismo, alem do uso de drogas por exemplo, contribuíram bastante para o aumento do número de doenças crônicas em Teresina. Embora existam programas públicos voltados ao tratamento dessas doenças, como o programa Hiperdia, é necessária a adesão do usuário ao esquema terapêutico proposto. Essa adesão depende principalmente do mesmo estar ciente de sua condição de saúde e comprometido com o tratamento, dos profissionais de saúde através dos esclarecimentos e incentivos e do apoio familiar.
ResponderExcluirO sedentarismo e a mudança do padrão alimentar, contribuíram elevadamente para o crescimento das doenças crônicas não transmissíveis, como a hipertensão arterial e o diabetes mellitus. Assim é relevante a atuação do Hiperdia, programa nacional de hipertensão e diabetes mellitus, por acompanhar diretamente as pessoas que apresentem essas doenças e que são atendidas pelo SUS. A instalação das academias comunitárias em vários bairros de Teresina, por exemplo, visa diretamente a diminuição dos índices elevados dessas doenças crônicas na população local, por incentivar a prática de exercícios físicos e diminuindo, consequentemente, o sedentarismo. Além disso, estratégias mais abrangentes de promoção à saúde devem ser criadas como forma de tornar a atenção básica mais eficiente no sentido do acompanhamento de pessoas com DCNT.
ResponderExcluirTendo em vista a expressividade das DCNT nos fatores de morbidade e mortalidade no Brasil, é imprescindível a contínua atualização dos meios já existentes para o controle delas, bem como a elaboração de novos. Assim, com o objetivo de discutir e estabelecer ações de prevenção de doenças crônicas não transmissíveis, a Prefeitura de Teresina lançou, em abril deste ano, o Comitê Municipal de Enfrentamento das Doenças Crônicas Não-Transmissíveis. A iniciativa resulta da articulação entre órgãos governamentais e não governamentais de Teresina. A parceria inclui órgãos de diversas áreas afins, como Vigilância Sanitária, Fundação Hospitalar de Teresina, Secretarias Municipais de Saúde (SMS), Juventude (SEMJUV), Educação (SEMEC), Esporte (SEMEL), Trabalho e Assistência Social (SEMTCAS), Associação dos Diabéticos do Piauí (ADIP), Fundação Maria Carvalho Santos e Secretaria Estadual de Saúde (SESAPI).
ResponderExcluirFonte: http://www.portalpmt.teresina.pi.gov.br/noticia/Prefeitura-lanca-comite-de-enfrentamento-as-doencas-cronicas-nao-transmissiveis/2762
Dentre as doenças crônicas, as doenças cardiovasculares são as que possuem maior mortalidade sendo responsáveis por 31,3% das mortes por doenças crônicas. E dentre estas, as principais são a hipertensão arterial e o diabetes mellitus. O estilo de vida nos tempos atuais tem levado ao sedentarismo e a hábitos não saudáveis de vida (tabagismo e etilismo) e de alimentação proporcionando o aumento das doenças crônicas na população. O Programa Hiperdia foi criado para o acompanhamento dos portadores de hipertensão arterial e diabetes mellitus na rede ambulatorial do Sistema Único de Saúde - SUS, e é realizado também no Programa de Saúde da Família, visando ao acompanhamento da saúde dessa parcela da população.
ResponderExcluirReferências
http://dab.saude.gov.br/noticia/noticia_ret_detalhe.php?cod=1354
http://datasus.saude.gov.br/sistemas-e-aplicativos/epidemiologicos/hiperdia
De fato, existem programas que tentam focar esses principais agravos crônicos. Entretanto, aqui em Teresina, as ações do serviço de saúde estão muito aquém do que prega esses programas. Por exemplo, as práticas de promoção de saúde como orientação, estímulos a hábitos de vida saudáveis, etc, praticamente inexistem. Com isso, por exemplo, o HIPERDIA, aqui, e possivelmente na maioria das cidades, se tornou um balcão de entrega medicamentos. Por outro lado, os próprios usuários não querem saber de orientação, e assim o faz de conta, toma de conta.
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