sábado, 1 de novembro de 2014


OBESIDADE E DIABETES NA
POPULAÇÃO MAIS POBRE
 


A “diabetes mellitus” é grupo de doenças metabólicas caracterizadas por uma hiperglicemia, resultante de defeitos da secreção ou ação da insulina, ou dos dois combinados. Esta hiperglicemia (elevação da taxa sanguínea de glicose) participa, num grau variado e por mecanismos mal conhecidos, na ocorrência a longo prazo de complicações que atingem os olhos, os rins, os nervos, o coração e as artérias. Atualmente são as complicações que carregam o essencial da gravidade da doença e representam o maior peso para a Saúde Pública. Essa doença crônica provém de um quadro epidemilógico provocado pela globalização de hábitos não saudáveis, como o fast-food e o sedentarismo.
As mudanças na alimentação dos brasileiros aumentaram o índice de obesos e o risco de desenvolver diabetes. Houve um aumento da densidade energética, maior consumo de carnes, leite e derivados ricos em gorduras e redução do consumo de cereais, frutas, verduras e legumes, um aumento do consumo de ácidos graxos “trans” no Brasil, favorecido pela maior ingestão de margarinas, que é um fator de risco ainda mais importante do que o consumo de gorduras saturadas para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. A qualidade dos lipídeos possui um papel importante no risco de desenvolvimento do diabetes. Estudos demonstram correlação proporcional entre consumo de gorduras saturadas e os níveis de glicemia, uma tolerância à glicose diminuída, e uma correlação inversamente proporcional com o consumo de ácidos graxos w-3.
Além da mudança nutricional, os brasileiros têm maior nível de sedentarismo, devido a alta carga de trabalho, ao aumento da tecnologia como televisão, vídeo-game e redes sociais, que têm diminuído a atividade das pessoas. Alguns estudos demonstram que o controle de peso e aumento da atividade física diminuem a resistência à insulina, diminuindo as chances de se desenvolver o diabetes mellitus. A prática de atividades físicas regulares promove um aumento do turnover da insulina por maior captação hepática e melhor sensibilidade dos receptores periféricos. Além disso, a prática de atividades físicas, associada à dieta, melhora o perfil lipídico de indivíduos em risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares.

A POPULAÇÃO MAIS POBRE

 Atualmente, a obesidade que antes era um indicador de riqueza e status em diferentes sociedades, torna-se cada vez mais uma marca de “pobreza”, atingindo as parcelas mais carentes da população, tanto nos países desenvolvidos, quanto nos países emergentes, como o Brasil. Isso significa que o diabetes e suas complicações estão se constituindo numa ameaça crescente à Saúde Pública do século XXI.
             Estudos tem mostrado que a obesidade tem atingido a população mais pobre e mais jovem da população, devido à baixa escolaridade, e ao fácil acesso a alimentos não saudáveis, como os fast-foods, que às vezes se mostram mais baratos que alimentos saudáveis. Países menos desenvolvidos também mostram um alto índice de obesidade, causado pela uniformização de hábitos através da globalização.
Ao contrário do que se pensa, os Estados Unidos, país conhecido por sua alta taxa de obesos, perde no ranking de pais mais gordos para o México. Segundo relatório da ONU, divulgado pelo jornal Daily Mail, cerca de 70% da população do país está com sobrepeso e um terço já é obeso, quadro que se tornou um problema de saúde pública. Enquanto o país ainda enfrenta problemas de fome e desnutrição da sua população, é observado um crescente índice de obesos na população carente e em jovens, que se encontram desnutridos devido a uma dieta pobre.

Países mais gordos do mundo
México
32,8%
Estados Unidos 
31,8%
Síria
31,6%
Venezuela
30,8%
Líbia
30,8%
Trindade e Tobago 
30%
Vanuatu
29,8%
Iraque
29,4%
Argentina
29,4%
Turquia
29,3%
Chile 
29,1%
República Checa 
28,7%
Líbano
28,2%
Nova Zelândia 
27%
Eslovênia 
27%
El Salvador 
26,9%
Malta
26,6%
Panamá
25,8%
Antígua 
25,8%
Israel
25,5%
Austrália
25,1%
Saint Vincent 
25,1%
Dominica
25%
Reino Unido 
24,9%
Rússia
24,9%
Hungria
24,8%

É importante ressaltar a necessidade de um bom atendimento medico, tanto em complicações que a diabetes possa ocasionar, quanto em prevenção com a diminuição do índices de obesos. Isso é possível com o incremento da saúde publica, em infraestrutura, com a disposição de mais médicos, de uma equipe de saúde de qualidade, e disponibilização de suprimentos. Além disso, deve-se criar campanhas de conscientização e de cultivo da vida saudável.
Percebe-se novamente que as DCNTs não são exclusivas da parcela rica da população ou dos países desenvolvidos. Na verdade, as doenças crônicas tem acometido mais essa população carente. Portanto, DCNT não pode ser considerada chique.

Referências:
 

8 comentários:

  1. Os dados apresentados no post mostram a necessidade do trabalho na área de atenção básica junto à população de classes mais baixas no sentido de melhorar a consciência sobre a importância de uma alimentação saudável e do abandono do sedentarismo. Isso porque, apesar da melhora do acesso à renda nos últimos anos, o acesso à educação de qualidade não aconteceu, o que tornou essas pessoas mais suscetíveis aos hábitos de vida não saudáveis difundidos pela mídia, com alimentação hipercalórica, com altas taxas de gorduras, açúcares e sódio, importantes fatores no surgimento e agravamento de doenças crônicas. Uma informação que pode ser acrescentada é o fato de que o aumento de doenças crônicas entre a população mais pobre, além de ter relação com os hábitos de vida, pode também ter origem em outros fatores ("muitas evidências sugerem que a circunstância de vida na infância tem forte relação com o aparecimento de obesidade e outras doenças crônicas na vida futura(...)Pressupõe–se que a obesidade em adultos possa ser resultante das condições adversas a que esses indivíduos foram submetidos na infância.(...) A persistência na mudança dos níveis de secreção hormonal e a sensibilidade dos tecidos aos hormônios pode ser o elo entre a desnutrição infantil e a obesidade na fase adulta").
    Fonte: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232007000600017&lang=pt

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  2. De fato com o advento da industrialização no último século se difundiram por todo o globo alimentos nada saudáveis, como os fast foods, que muitas vezes são mais apetitosos e mais baratos que os alimentos naturais saudáveis, e por isso seu consumo vem crescendo bastante hodiernamente. Esse aumento do consumo de alimentos industrializados, ricos em gorduras e carboidratos, mas pobres em vitaminas, fibras e proteínas tem causado também aumento da incidência de doenças crônicas e, dentre elas, destaca-se a diabetes mellitus , caracterizada por aumento da taxa de glicose no sangue que pode causar excesso de sono no estágio inicial, problemas de cansaço e problemas físico-táticos em efetuar as tarefas desejadas e quando não tratada adequadamente, podem ocorrer complicações como ataque cardíaco, derrame cerebral, insuficiência renal, problemas na visão e lesões de difícil cicatrização, dentre outras complicações. Dessa forma é importante que o governo, como agente que zela pela saúde de sua população, estimule o estabelecimento de hábitos alimentares mais saudáveis em detrimento ao consumo de comidas industrializadas para diminuir a incidência dessas DCNT.

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  3. O sedentarismo é uma característica do mundo moderno. O estresse do dia-a-dia nos impõe hábitos alimentares diferentes. O apelo da mídia ao chamado fast food tem proporcionado a incorporação desse tipo de alimento, rico em gordura, em substituição às nossas principais refeições. Nas últimas décadas a população brasileira experimentou intensas transformações nas suas condições de vida, saúde e nutrição. Dentre as principais mudanças destaca-se a ascensão da obesidade. Estudos nacionais têm constatado o comportamento pouco uniforme do agravo no país. Dessa forma, diferenças regionais e entre grupos populacionais são evidenciadas. A obesidade avança em todas as faixas etárias e classes sociais, com impacto significativo nas mulheres inseridas nos estratos de menor renda. Uma vez que a obesidade é uma doença que gera inúmeros agravos à saúde do indivíduo e aumenta custos para a saúde do país, fica clara a necessidade de se criar métodos que visem prevenir o seu desenvolvimento.

    Fonte: http://www.boasaude.com.br/artigos-de-saude/3761/-1/obesidade-e-pobreza-uma-realidade-cada-vez-mais-possivel.html

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  4. Atualmente, a obesidade é um problema de saúde pública mundial, tanto os países desenvolvidos como os em desenvolvimento apresentam elevação de sua prevalência. A transição nutricional é um processo de modificações seqüenciais no padrão de nutrição e consumo, que acompanha mudanças econômicas, sociais e demográficas, e mudanças do perfil de saúde das populações. Neste novo perfil, a urbanização determinou uma mudança nos padrões de comportamento alimentar que, juntamente com a redução da atividade física nas populações, vem desempenhando importante papel. O aumento da prevalência da obesidade no Brasil é relevante e proporcionalmente mais elevado nas famílias de baixa renda. O quadro epidemiológico nutricional do Brasil deve apontar para estratégias de saúde pública capazes de dar conta de um modelo de atenção para desnutrição e obesidade, integrando conseqüências e interfaces das políticas econômicas dentro do processo de adoecer e morrer das populações. Além disso, o rápido crescimento do diabetes em países pobres e em desenvolvimento, traz um impacto muito negativo, devido à morbimortalidade precoce de pessoas em plena vida produtiva, fato este que gera sobrecarga à previdência social e continuidade do ciclo vicioso da pobreza e da exclusão social.
    Referência:http://repositorio.unb.br/handle/10482/13482

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  5. Realmente, uma alimentação rica em carboidratos e lipídeos é bem mais acessível, financeiramente, do que uma rica em proteínas. E o pior é que a maioria das fontes alimentares são alimentos processados que, em geral apresentam quantidades exageradas de açúcar, gordura e sódio, gerando condições para o desenvolvimento do diabetes. Para o brasileiro, ainda existe um agravante a mais quando se desenvolve a doença, que é a falta de compromisso, que em geral, é cultural. Muitos brasileiros querem "dar um jeitinho" até na diabetes, e consomem alimentos impróprios, sem compromisso para com a manutenção dos níveis regulares da sua doença crônica. O resultado é que grande parcela dos diabéticos tem seu caso agravado, com cegueira, desmaios súbitos ou sendo necessário amputações de membros,

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  6. O modo de viver da sociedade moderna tem levado a população a tomar hábitos de alimentação prejudiciais à saúde. O ritmo corrido de vida tem incentivado muitas pessoas ao consumo dos fast-foods e dos alimentos prontos como um modo de ganhar mais tempo. No entanto, tais hábitos aliados ao sedentarismo têm ocasionado um aumento no aparecimento de agravos não transmissíveis como a obesidade e as doenças cardiovasculares. No Brasil, cerca de 15% dos adultos apresentam obesidade e cerca de metade da população maior de 20 anos apresenta excesso de peso, sendo assim um dos grandes desafios do contexto atual da saúde.
    FONTE: http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/publicacoes/caderno_38.pdf

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  7. A obesidade é um problema da modernidade, onde a alimentação hipercalórica e pouco nutritiva ganhou espaço, em detrimento de alimentos completos nutricionalmente. E o resultado desse caminho que a sociedade trilha é uma população obesa, com diabetes, hipertensão, câncer, etc. E o diabetes significa muita coisa como, por exemplo, comprometimento das coronárias, retinopatias, nefropatias, agravos cerebrovasculares, dentre outros que matam todo dia. Então é preocupante, precisamos nos despertar para nosso questionável comportamento alimentar, sob pena de pagarmos com a vida precocemente.

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